segunda-feira, 30 de maio de 2011

O Cortiço

                             

O Cortiço é considerado o melhor romance de Aluísio Azevedo. Caricaturista, jornalista, diplomata e romancista, Aluísio nasceu em São Luís do Maranhão, em 1857, e morreu e Buenos Aires, em 1913. Começou a carreira de escritor depois da morte do pai, em 1878 e sua primeira publicação foi Uma Lágrima de Mulher (1879). Em 1890 lança O Cortiço, escrito pouco antes de o autor decidir abandonar a literatura e dedicar-se exclusivamente à atividade diplomática. A obra trata da ambição e exploração do homem pelo homem, por meio da rivalidade entre o ganancioso comerciante João Romão e o próspero comendador Miranda. Enquanto João Romão aspira à riqueza, Miranda, já rico, ambiciona a fidalguia. Entre os dois está o próprio cortiço.

No fundo, esse espaço coletivo, fundado por João Romão a fim de ganhar dinheiro com os aluguéis das casinhas de baixo custo, é o personagem principal da história. E o autor tinha consciência deste fato, como demonstra esta passagem: “Eram cinco horas da manhã, e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas [...] as pedras do chão, esbranquiçadas no lugar da lavagem e em alguns pontos azulados pelo anil, mostravam uma palidez grisalha”. A pouca distância do cortiço, o comendador Miranda mora com a mulher e filha em um sobrado. A proximidade do pobre condomínio incomodava o comendador, que por sua vez incomodava João Romão. O Cortiço se insere em um romance naturalista.

O Cortiço
Fonte: Revista Bravo! 100 livros essenciais da Literatura Brasileira

Comentários na web

"O Cortiço narra as desaventuras de João Romão desde os 13 anos quando começou a trabalhar até se tornar um dos homens mais ricos de todo o Botafogo, além de toda a lama e a sujeira que o capitalismo selvagem impõe aos que chafurdam no nosso país. Além disso, claro, como não poderia deixar de ser num título 100% ambientado no Rio de Janeiro cheio de pagode, sexo e sensualidade. O melhor livro nacional que já li (confesso que foram poucos) com uma linguagem leve (para os padrões da época, pelo que li até chocou quando foi lançado) especialmente devido a detalhes sobre a escravidão e o homem como consumista frenético agarrado aos seus vinténs".

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